Subíamos o monte pela margem direita da ribeira da Vilela. O
céu estava limpo, fazia muito calor e não havia vento.
À nossa frente, numa
eira, formou-se um polvarinho de pó e de palha. Rapidamente tornou-se tão forte que fez ir pelos ares as telhas do telhado
de um moinho entre os que ali havia e depois, enfurecido, fazia círculos à nossa
volta. Ao Botelho parecia-lhe que via no redemoinho uma feiticeira em forma de cobra.
Seguindo a tradição popular pegou numa peneira e numa garrafa que pediu ao moleiro.
Benzeu-se e disse:” credo,
abrenúncio”. Depois, com aquela peneira e a garrafa meteu-se
no meio do redemoinho para prender a feiticeira. O redemoinho desfez-se. Então o
Botelho dizia, com ar de satisfação, que tinha agarrado e metido na garrafa a
feiticeira e que a tapou com a peneira para esta não fugir. Com curiosidade examinámos a
garrafa e a peneira e não vimos qualquer feiticeira. Talvez se tenha escapado.
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