Faia d'Água Alta - Lamoso

A Faia d'Água Alta é um dos quatro percursos criados e geridos pelo Parque Natural do Douro Internacional (outro é a Calçada de Alpajares, que já retratámos), como é visível na página do Parque, que (imaginamos) terá estado offline durante algum tempo pela mudança de ICN para ICNB para ICNF (preferíamos a primeira, sem dúvida). Antes de descobrirmos esta página a única referência palpável era esta referência no JN, de 2009, que indicava a época de chuvas como a preferencial para visitar a cascata.

Assim o fizemos. A nossa única referência era a aldeia de Lamoso (freguesia de Bemposta, concelho de Mogadouro), um pequeno povo no topo do monte, com pequenas casas e ainda menos habitantes. Junto à estrada um conjunto de placas indica o caminho a seguir. O percurso a pé totaliza 3,8 km, se bem que a área marcada (e que na realidade é o "percurso") tem apenas 700 metros. Descendo por um estradão que acompanha a Ribeira de Lamoso, vemo-nos chegados ao início real do percurso, destacado pela existência de mais placas e dum abrigo. Aqui encontrámos alguns senderistas espanhóis, o que demonstra que o percurso já tem algum nome além-fronteiras. A partir daqui, indo pela direita ou pela esquerda, o percurso transforma-se em trilho e tudo muda. Passamos para algo que se poderia nomear por caminho de cabras (certamente a função original), mas trabalhado de maneira a ser percorrível por humanos, nomeadamente através duma guarda contínua de madeira e de corda quer através da construção de degraus e patamares com madeira e brita.

É quando o estradão se transforma em caminho de cabras que tudo muda. A cascata da Faia d'Água Alta existe um pouco antes da integração da Ribeira de Lamoso na Ribeira de Bemposta, um afluente do Douro. A queda de água, reforçada por semanas de forte chuvada, surpreende mesmo o explorador mais experiente. À sua volta a natureza prospera (oliveiras-bravas, cornalheiras, azinheiras, sobreiros), mas no caminho da água tudo é levado e consumido. À exceção duma árvore, que não conseguimos identificar e que, arrojada à rocha, insiste em reclamar o seu espaço.

A forma como o percurso está construído reforça a espetacularidade da cascata e do seu enquadramento. Existem duas pontes em madeira, uma sobre a cascata, outra sob esta, que fecham a circularidade do percurso. É nesta última, tendo a cascata sobre nós, que podemos maravilhar-nos com esta dádiva da natureza.



O percurso no Waymarked Trails. Aqui está o resto das fotos.


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